quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

MORDOMIA DO PENSAMENTO



A Ciência tem investido recursos imensos a fim de desvendar os segredos da mente humana, mas muito pouco se sabe, na realidade, sobre como funciona o nosso cérebro. Coisa maravilhosa é o pensamento humano. Não há limite algum para o número de palavras, imagens, sons, símbolos, sensações que a nossa mente pode armazenar. Não há como calcular o número de combinações possíveis entre esses simbolos, nem a velocidade com que a mente humana é capaz de combiná-los. O gosto de uma comida, o cheiro de uma flor, a foto de uma criança sorrindo, uma folha que cai, um fio de cabelo, um grito perdido no meio da multidão, algo bem simples que ocorra em fração de segundo, pode puxar de memória dados dos locais mais distantes, de cidades ou países longíquos, fatos perdidos em tempos remotos e, o que é mais incrível, nossa mente associa tudo isso com outros fatos, imagens, idéias, pessoas e, mais incrível ainda, pode acrescentar a todos esses símbolos cognitivos um número incalculável de fantasias que só existirão em nosso pensamento. É o que chamam memória: símbolos, sensações, idéias que foram sendo gravadas cumulativamente em nossa mente. Mas, quando começamos a pensar naquilo que a mente humana é capaz de fazer , criando novos conceitos, formas, imagens, então a nossa admiração cresce sem medida.

· O PENSAMENTO HUMANO ABRANGE QUATRO FASES DISTINTAS

1 - A MEMÓRIA - É aquilo que acumulado nos registros de cérebro, através dos sentidos
físicos.

2 - A ANÁLISE - É a avaliação dos dados da memória, a REFLEXÃO.

3 - A IMAGINAÇÃO, OU FANTASIA -
É o que só existe internamente, sem relação formal com a realidade externa, relacionada com as emoções, com os desejos inarticulados e sonhos.

4 - A ELABORAÇÃO DO PENSAMENTO
É a associação entre os dados guardados na memória e a imaginação, em ordem, para ser aplicado à realidade externa, à vida.


A mordomia cristã do pensamento abrange o reconhecimento do senhorio de Cristo sobre a totalidade da mente em todas as suas fases.


· PODEMOS VIVENCIAR A MORDOMIA DO PENSAMENTO DA SEGUINTE FORMA:


1) ATRAVÉS DE UMA MENTE SANTIFICADA

O Salmista diz “Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti” (Sl 119.11). Esconder aqui, é guardar, da valor no íntimo, deixar que a palavra penetre profundamente na alma, no subconsciente, devido ao amor devotado ao seu Autor. Nossa mente é abastecida pelos significados de tudo o que vemos, ouvimos, sentimos e fazemos. Ouvir, ler, meditar, decorar, interpretar profeticamente na maneira de viver, são os meios através dos quais a Palavra de Deus penetra em nosso coração e limpa, purifica, santifica a nossa memória. Dá-nos o discernimento espiritual da verdade. Ajuda-nos a conduzir a nossa imaginação, nossos sonhos, na direção da santidade do autor da palavra. “Como purificará o mancebo o seu caminho?”, pergunta o salmista, para responder em seguida: “Observando-o segundo a tua Palavra”.
Pessoas que se queixam de não poderem controlar pensamentos de impureza, ira, cobiça, inveja, pode ver, são pessoas que não procuram guardar a Palavra de Deus nos seus corações.
A santidade da vida é o resultado da santidade da mente, que se adquire pelo conhecimento e prática da palavra de Deus. Não há uma fórmula mágica, instantânea. É um processo longo, não raro penoso, pois fere nossa estrutura mental pecaminosa, mas é o único válido, o único, quanto mais saturada da Palavra de Deus estiver a nossa mente, mais santa poderá ser a nossa vida.


2) ATRAVÉS DE UM PENSAMENTO DOMINADO PELO AMOR

O amor de Deus, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado quando da nossa conversão a Cristo, é o referencial absoluto para que a nossa mente tenha pensamentos de Deus. “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, puro, amável, de boa fama... se há alguma virtude ou louvor, nisso pensai”, diz o apóstolo Paulo em Filp. 4.8. Vamos ler essa esta mesma verdade do lado avesso: “Tudo o que é mentira, tudo o que é desonesto, tudo o que é injusto, impuro, odiável, de má fama., se traz pecado ou condenação, NISSO NÃO DEVEIS PENSAR”.
Como? O que faz a diferença? É possível controlar os pensamentos? A resposta é o amor. O amor a Deus, e ao próximo, no mesmo nível do amor a si mesmo. A medida que o nosso pensamento for dominado pelo amor a Deus e ao nosso próximo, a nossa vida será uma vida daquela paz que excede todo o entendimento. Isso significa que está além da nossa compreensão a natureza e a profundidade da paz que resulta de um pensamento dominado pelo amor.



3) ATRAVÉS DE UM PENSAMENTO DOMINADO PELA FÉ.

A mordomia do pensamento nos leva a ultrapassar a barreira do conhecimento através da fé. O homem natural só acredita naquilo que os seus sentidos, físicos podem captar: “Se eu não vir o sinal dos cravos na suas mãos, e não meter o dedo no lugar dos cravos... de maneira nenhuma crerei” (Jo 20.25). Ele precisa ver alguma imagem, ou uma figura, um objeto material, um copo d’água, azeite escorrendo, precisa tocar os dedos, para poder crer. Essa é a origem da idolatria, e por isso é tão condenada nas escrituras. A fé vê o invisível e espera pelo impossível. Dessa maneira, a fé abre a porta do infinito à nossa mente. A fé é um componente que amplia ao infinito o alcance da mente humana. Quanto à memória: “...o ajudador vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito” (Jo 14.26) e esse pleno conhecimento dos ensinos de JESUS É O SEGREDO DA PAZ. Quanto a avaliação da memória: “... o que é espiritual discerne tudo...” (I Co 2.15) e esse é o segredo da verdadeira sabedoria. Quanto à imaginação: “as coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos não ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” (I Co 2.9) e esse é o segredo do conhecimento das profundezas de Deus. Em relação a elaboração do pensamento: Filipenses 4.8. O verbo usado por Paulo (27 vezes só em Filipenses), traduzido por “PENSAI”, é LOGIZOMAI, que significa ponderar, calcular, avaliar. Toda a elaboração mental do mordomo cristão deve passar pelo crivo de Filipenses 4.8. Isso é mordomia do pensamento.

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