quinta-feira, 5 de agosto de 2010

PROFETAS MAIORES E MENORES – Lição 6



O estudo sobre os profetas de Israel é sem dúvida uma das viagens mais fascinantes que podemos realizar através do texto do Antigo Testamento, sem as existências dessas personagens o texto hebraico perderia a sua própria essência. Vale salientar que o título proposto não deseja expressar nem estabelecer nenhuma relação de importância entre cada um desse autores do profetismo hebraico. Essa epigrafe surgiu como um recurso metodológico dos estudos da bibliologia, tendo como única justificativa para essa classificação o volume do conteúdo literário desses escritos dos profetas. Dessa forma os livros de conteúdo literário breve foram classificados como profetas menores e os de um conteúdo mais extenso profetas maiores. É importante não esquecermos que os profetas de Israel não se limitam aos profetas escritores, pois, existem vários outros profetas que tiveram grande destaque no cenário profético sendo de grande importância para nação, mas não se dedicaram a atividade literária, porém, suas atividade proféticas foram registradas por outros. Sendo assim, foi convencionado como profetas maiores (são 5): Isaías; Jeremias (Jeremias, lamentações), Ezequiel e Daniel. Já os profetas menores (são 12): Oséias; Joel; Amós; Obadias; Jonas; Miquéias; Naum; Habacuque; Sofonais; Ageu; Zacarias e Malaquias. No Canôn Hebraico os profetas menores são considerados um único volume.

Conforme o dicionário de John Davis havia homens que não eram oficialmente profetas e que, no entanto possuíam o dom da profecia. Daví era profeta, e como tal, falou de Cristo, e não era profeta oficial; era rei, e os seus escritos não figuram entre os livros proféticos. Daniel possuía um alto grau o espírito profético, mas nunca se dedicou a exortar o povo, sendo apenas estadista e governador no reinado dos persas e babilônicos. Os seus escritos, como os de Davi, faziam parte do Hagiógrafo, ou escritos sagrados.

O cânon hebraico classifica os escritos proféticos como "Primeiros Profetas" e os "Últimos Profetas". Estabelecendo em primeiro lugar os livros históricos de Josué, Juízes, os dois de Samuel, os dois de Reis, e dos livros estritamente proféticos, a começar com Isaías. Os autores destes livros eram profetas anônimos no caso dos "Primeiros Profetas", porém com o nome de seus autores quando se trata de livros restritamente proféticos. A razão disto está em que a profecia exigia autenticidade. A classificação não obedece à ordem do tempo em que foram escritos, mas de acordo com os assuntos de que tratam. Os livros de Samuel e dos Reis, por exemplo, foram escritos depois de Isaías e têm o seu lugar entre os "Primeiros Profetas". Existiram grandes profetas, como Elias e Eliseu, que nada escreveram, e por isso os escritores modernos os denominam profetas orais. As produções literárias de outros profetas que registraram as suas palavras, aparecem citadas e incorporadas nos livros dos "Primeiros Profetas" e em outras escrituras.

Dos "Últimos Profetas", Óséias, Amós, e Jonas, trabalharam no reino do Norte, os outros atuaram entre o povo de Judá e Benjamim, quer na Palestina quer na terra do exílio. Postos em ordem cronológica, e incluindo Daniel, são: 1) no período Assírio, contando desde pouco antes da subida de Tiglate-Pileser ao trono em 745 a. C. Até a queda do poder assírio em, 625 a. C. vêm Oséias, Isaías, Miquéias e Naum, no reino de Judá, 2) desde 625 até 587 a. C. Jeremias e Sofonias. 3) durante o exílio em Babilônia Ezequiel e Daniel. 4) Durante a restauração, Ageu , Zacarias Malaquias.

CONSIDERAÇÕES SOBRE O LIVRO DE AMÓS

segunda metade do oitavo século a. C., a profecia hebraica atingiu uma idade áurea de excelência. Depois que os primeiros profetas escreventes, Obadias, Joel e Jonas, tinham feito sua obra, o palco estava preparado para o aparecimento de quatro grandes vultos que dominaram o cenário desde 755 a.C. até o começo do sétimo século: Amós, Oséias, Miquéias e Isaías.

O significado do nome Amós é provavelmente "aquele que carrega fardos" (derivado do verbo ´ãmas, "erguer um fardo, carregar"). O tema central da profecia era a fidelidade do Senhor à Sua aliança e à Sua santa lei, e dever do povo de Israel de observar de maneira prática as obrigações da aliança. Amós seriamente exortou o povo a cumprir seu dever de concordar de coração com a prática do código legal da Torá, tanto de letra como espiritualmente. O fato de que Israel não conseguiu apresentar ao Senhor uma fé viva e verdadeira, procurando fazer Deus aceitar omiserável substituto da profissão meramente verbal, só poderia levar à ruina e destruição total da nação. Amós parece ter sido um estudioso sério dos Livros de Moisés, sendo que o estilo demonstra fortes influências do Pentateuco. Nunca, porém, gozou das vantagens duma educação formal numa "escola de profetas" (do tipo mantido por Samuel, Elias e Eliseu), e nunca foi oficialmente nomeado ao ministério profético. Ao receber sua vocação da parte de Deus, deixou seu lar em Judá, como mero leigo, proclmando na orgulhosa capital de do Reino de Israel, uma mensagem hostil, sem qualquer autorização eclesiástica. Sem qualquer título oficial de profeta reconhecido, enfrentou os preconceitos do público em Efraim, cumprindo fielmente sua comissão da parte de Deus. Um homem de fortes convicções, e uma vontada de ferro, não pôde ser desviado do seu propósito nem pelo mais alto funcionário do culto em Samaria.

O LIVRO DE OSÉIAS

Oséias ao lado de jeremias podem ser considerados os profetas que mais sofreram no desempenho de suas missões.O proprio Oséias nos diz: "Deus me mandou como profeta para avisar ao povo, mas em todos os lugares eles armam armadilhas para me pegar" (Os. 9.8). Ele era cidadão do Reino do Norte. Morava em Betel ou Samaria, não sabemos exatamente. Seu nome significa "Salvação", e é equivalente aos nomes Josué e Jesus. Este foi o primeiro evangelista em Israel, o primeiro a proclamar a graça e o amor de Deus. Exerceu o seu ministério entre 750 e 735 a.C. Este período se caracterizou pela instabilidade do trono de Israel e pela desmoralização na vida social e religiosa do povo. Jeroboão II teve um reinado de 40 anos, de 786 até 746 a. C. Depois da sua morte, houve seis reis, num período de apenas vinte e cinco anos. Deste total somente um morreu de causas naturais, cinco foram assassinados. "O meu povo escolheu reis sem me consultar, e nomeou governadores sem a minha aprovação". (Os 8.4). No setor da justiça e da religião Israel havia naufragado. A extravagância veio substituir a simplicidade de vida dos tempos passados, e a justiça era só para quem podia comprá-la.

Oséias chamou oo povo ao arrpendimento, afirmando que a sua terra seria destruida e eles seriam levados para o cativeiro se não abandonassem o os seus maus caminhos e se não se voltassem para o Senhor. Mas ito tudo foi em vão. Para os israelitas a mensagem de Oséias era uma bobagem. Eles reagiram assim "Esse profeta está maluco! Diz que é inspirado mas está louco" (9.7). Os capítulos 1 a 3 constituem a primeira parte do livro. Nesta parte Deus é representado em linguagem figurada como marido de Israel. Israel é a esposa adúltera. A própria historia pessoal do profeta servirá para ilustrar o principal tema do livro "O poder redentor do Amor". Gômer, a esposa de Oséias cometeu adultério e entregou-se a devasidão moral, chegando ao ponto de se vender como escrava, chegou ao fundo do poço. Apesar de todo sofrimento e constrangimento que ela causou a Oséias, ainda assim, ele resolveu resgatá-la do mercado de escravos e dar -lhe uma nova oportunidade. Isso aponta para o que Deus planejava fazer a nação de Israel que o havia traido se inclinando para todo tipo de pecado, vendo-se ao pecado como escravo, Deus haveria de resgatar Israel a sua esposa infiel.

O LIVRO DE JONAS (fonte: Mensagens do A T para os nossos dias - Page H. Kelley)

Nada sabemos acerca de Jonas fora do livro que traz o seu nome, a não ser uma breve referência em II Reis 14.25: "Foi ele (Jeroboão II, 786-746) que restabeleceu os termo de Israel, desde a entrada de Hamate ate o mar da Arabá, conforme a palavra que o Senhor, Deus de Israel, falara por intermédio de seu servo Jonas, filho do profeta Amitai, de Gate-Hefer." Duas coisas aprendemos neste verso: 1) o pai de Jonas também era profeta. 2) Jonas possuia boas relações com o rei Jeroboão, porque ele havia profetizado que o o rei aumentaria as fronteiras de Israel, e a sua profecia se cumpriu. Devemos lembrar que Amós também profetizou acerca do rei Jeroboão, mas sua mensagem foi de condenação. Jonas provavelmente foi honrado por sua boa palavra acerca do rei, enquanto Amós foi perseguido. Portanto, o livro de Jonas trata desse profeta, cuja palavra se cumpriu, e que foi assim autenticado como um verdadeiro profeta do Senhor.

A palavra Jonas significa "pomba", e a pomba na Bíblia é um símbolo de paz, Mas precisamente quando Jonas estava começando a experimentar e a gozar sua fama como profeta, Deus o tirou da sua aposentadoria. Deus disse: "Levanta-te, vai à grande Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim" (Jn 1.2). Naturalmente, Jonas não queria pregar em Nínive. Afinal de contas, Nínive era a capital da Assíria, e a Assíria estava ameaçando a própria existência de Israel. Na verdade antes que findasse o oitavo século, Nínive destruiria o reino de Israel e levaria o povo para o cativeiro. Nínive era uma cidade tão má como foi Sodoma, e merecia o castigo de Deus. Há outro livro no Antigo Testamento que também trata da Assíria, que é o livro de Naum. Esse livro foi escrito para celebrar a queda de Nínive em 612 a. C. Tanto Naum como Jonas escreveram acerca de Nínive, e ambos terminaram desta maneira. A pergunta no fim de Naum foi: "Não há cura para a tua ferida; a tua chaga é grave. Todos os que ouvirem a tua fama baterão as palmas sobre ti; porque, sobre quem não tem passado continuamente a tua malícia?"

Um comentarista sugere que Jonas pregou com uma atitude de desinteresse. Embora Nínive fosse uma cidade de três dias de jornada, ele só começou a entrar pela cidade fazendo apenas uma jornada dum dia. Não há prova que ele tenha completado a missão. Isto faz mais notável o fato de que a cidade inteira ouviu a mensagem, e respondeu num espírito de arrependimento.

Outro ponto interessante é que Jonas pregou uma mensagem que na sua presente forma em hebraico consiste de somente cinco palavras. Foi uma mensagem de condenação incondicional e irrevogável. Jonas sabia que Deus era um Deus compassivo, misericórdioso, longânimo e grande em benignidade. Ele devia a sua própria vida à graça de Deus, porque havia sido salvo da morte no mar. mas, embora ele entendesse tudo acerca desta graça de Deus, não há uma só palavra acerca desta graça no seu sermão. Jonas tinha um belo testemuho para compartilhar, mas os seus lábios estavam fechados. Ele não compartilhou o espírito do salmista, quando disse; "Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres" (Sal 126.3). Jonas aparentemente procurou que fosse muito difícil para o povo de Nínive se arrepender e ser salvo. Ele não fez menção dos pecados que tinham de ser confessados. Ele não exigiu arrependimento. ele não ofereceu nem mesmo esperança. Somente quarenta terríveis dias, e pronto! O fim viria sobre Nínive, assim como veio sobre Sodoma e Gomorra. Era uma mensagem sem compaixão, e, no entanto, foi pregada por uma pessoa que recentemente havia experimentado o milagre da graça e da compaixão de Deus na sua própria vida.

Jonas fez todo possível para que sua missão fracassasse. Um espírito indignado, um preparo insatisfatório, um sermão mediócre. Resultado: Um sucesso tremendo! Houve um grande avivamento em Nínive. Fica claro que nem mesmo os nossos preconceitos podem frustrar a Graça de Deus.

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