terça-feira, 10 de maio de 2011

OS DONS DE PODER - Lição 7

A igreja é uma instituição organizada e dirigida por seres humanos, porém, o que a diferencia das demais instituições e sociedades humanas é a sua origem divina. A igreja cristã foi fundada pelo próprio Jesus e Inaugurada no Dia de Pentecostes. O Senhor Jesus pediu ao aos primeiros discípulos que não se ausentassem de Jerusalém até que ocorresse o evento de Pentecostes, pois, tal experiência seria indispensável para que igreja pudesse realizar a sua missão. O poder espiritual é a marca distintiva da igreja de Cristo. O poder dado a igreja a partir da experiência pentecostal não ficou limitada aos primeiros cristãos, não existe nenhuma fundamentação bíblica para defendermos tal idéia. Os milagres operados pelos primeiros discípulos causaram grande impacto em todos lugares que a igreja alcançou nos primeiros séculos da era cristã. Os dons que aqui são destacados como “dons poder”, se referem aquelas manifestações que proporcionam soluções imediatas para situações aparentemente insolúveis, causando grande espanto e admiração por parte daqueles que presenciam tal acontecimento. Apesar da realidade contemporânea dos milagres, temos presenciado muita dificuldade nesse aspecto, pois, o misticismo e a necessidade das pessoas tem promovido uma busca doentia por experiências sobrenaturais que proporcionem prazer e bem estar pessoal. Por causa disso surgiram muitos mercenários que viram nessa fome do sobrenatural, um “mercado” muito promissor. O dom da cura tem sido o “carro chefe” da industria da fé para criar o seu marketing promocional, com o propósito de atrair os incautos e explorá-los financeiramente. Por que é que nenhuma igreja ou nenhum grande “homem de Deus” faz movimentos milagreiros sem pedir dinheiro?. Em nenhum momento encontramos Jesus, depois de ter realizado algum milagre, pedindo dinheiro as pessoas. Nos dias de hoje é muito raro, se porventura existir, alguém agindo como fez Eliseu diante do General Naamã após ter realizado um grande milagre, ao curar a lepra do general da Assíria. Naamã quis recompensar Eliseu pelo milagre que acabara de receber, porém, Eliseu recusou veementemente. Todavia, o auxiliar de Eliseu, Geazi foi atrás do General e fez o resgate de alguns presentes, por isso ele foi severamente punido. Infelizmente, na atualidade, o ministério de Eliseu foi ofuscado pelo ministério de Geazi, a maioria pensa como Geazi, pensam que podem tirar proveito das manifestações poderosas do Espírito. Porém, com relação a isso, eu descanso na Palavra do Senhor, pois, ninguém ficará impune, assim como Geazi que recebeu a devida recompensa. Paulo registrou em Gálatas 6.7 “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. No meu entendimento, essas pessoas que simulam milagres são piores do que aqueles que se declaram ateus. Muita gente se declara ateu por causa de uma formação inadequada, uma experiência traumática ou até por falta de conhecimento aprofundado do Evangelho. Mas, esses mercenários, vendedores de milagres, têm conhecimento do evangelho e até mesmo de Deus, porém, decidiram amar mais a si mesmos, e para ter uma vida de regalias, conforme a soberba de seus corações, escolheram brincar com a esperança das pessoas e com o sublime poder do Espírito Santo.

O DOM DA FÉ – Quase todos os que escreveram sobre os dons se referem ao dom da fé como o de “fé especial”. A razão para isto é que o dom da fé difere da fé salvadora e da fé cristã normal, sem a qual “é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6). Toda a fé é semelhante em sua natureza, mas o dom de fé especial difere das outras em grau e aplicação. O dom da fé é visto na operação da cura do coxo na porta do templo, registrada em Atos 3. Pedro teve a fé milagrosa para ordenar ao coxo que se levantasse e andasse em nome de Jesus. Donald Gee escreve, com respeito a esta fé. “Ela parecia vir sobre certos servos de Deus em tempos de crise ou oportunidade especial com tal poder que eles são tirados da esfera da fé natural ou comum em Deus e recebem uma certeza divina em suas almas que triunfa sobre tudo.” Jesus talvez estivesse descrevendo essa qualidade de fé quando disse aos seus discípulos: “Tende fé em Deus” (Mc 11.22). O grego de Marcos 11.22 diz literalmente: “Tenham a fé que Deus tem”. Jesus sugeriu no versículo seguinte que com esta fé divinamente concedida é possível dizer a um monte: “Ergue-te e lança-te no mar” e isso acontecerá. O monte simbolizava qualquer obstáculo aparentemente impossível para a missão da igreja.

DONS DE CURAR – Embora seja inferido que todos os “espirituais” são charismata (dons), o termo é na verdade associado somente a estes dons de curas. No grego, ambos os termos, “dons” e “curas”, são plurais. Esse fato pode sugerir que existem muitos dons de cura para diferentes moléstias, ou que cada exercício do poder de cura é um dom separado. A maioria dos evangelistas e pastores que tiveram grandes ministérios de oração pelos doentes afirmaram não possuir dons de cura. Ninguém teve certamente um ministério de cura para todas as pessoas doentes. Jesus curou todos os que se aproximaram dele em certas ocasiões, mas foi limitado em outras pela falta de fé por parte do povo (Mt 13.58). Do que temos certeza é que Deus fez provisão para que a cura física fosse um ministério da sua igreja e que os dons de cura iriam operar juntamente com a fé. A cura e tão comum no ministério de Jesus e no dos apóstolos que uma igreja sem o dom de “curas” pareceria bastante afastada do padrão bíblico. Além dos dons de cura, todos os presbíteros (pastores) devem estar prontos a ungir com óleo todos os doentes que pedirem e orar por eles através da oração de fé. Deus prometeu levantar o enfermo e perdoar seus pecados (Tg 5.14-16). Na grande comissão registrada por Marcos (Mc 16.15-18), Jesus prometeu que sinais seguiriam os ministérios que dessem testemunho do evangelho da salvação. Um dos sinais seria que os doentes iriam restabelecer-se após a imposição de mãos dos crentes. Enquanto durasse a pregação a cada criatura, os sinais seguiriam os que cressem, inclusive o da cura milagrosa dos doentes. A cláusula “aqueles que crêem” sugere que os sinais ou “dons” não deveriam ser exercidos pelos apóstolos apenas, mas por todos os que tivessem fé. No mandamento e promessa de Jesus, a “imposição de mãos” deveria ser a expressão externa da fé e amor por parte dos que orassem e mostraria que Deus usa os crentes fiéis como um canal do seu poder. A unção com óleo, segundo Tiago, cap. 5, também envolvia a imposição de mãos, com o óleo simbolizando a obra do Espírito Santo. Quando Jesus enviou os doze discípulos para ministrar, eles, segundo Marcos, “curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo” (Mc 6.13). O crente é o veiculo do poder, mas a cura é obra do Espírito.

O DOM DE OPERAÇÃO DE MARAVILHAS – A operação de milagres é a tradução do energemata dunameon, que é literalmente interpretado como “operação de poderes sobrenaturais”. Como acontece com os “dons de curas”, ambos os termos são plurais. Este não é um dom que torna a pessoa um “milagreiro”. Ao que parece, de acordo com a pluralidade das expressões, cada milagre ou manifestação sobrenatural de poder é operado através de alguém com o dom da fé (veja Mt 17.20; 21.20-22). O que é um milagre? “Um evento ou ação que contradiz aparentemente as leis cientificas conhecidas, sendo portanto julgado proveniente de causas sobrenaturais, especialmente de um ato de Deus.” No Novo Testamento, os eventos de origem sobrenatural são chamados “milagres, prodígios, sinais” (At 2.22; 2.43; 6.8; 8.13;Hb 2.4). Os termos gregos traduzidos como “milagres, prodígios e sinais” são dunameis, terata e semeia. Eles significam literalmente “eventos do poder divino”, “eventos que produzem admiração” e “eventos que significam algo” (sobre Deus ou suas obras). É interessante notar que o termo “prodígio” jamais é empregado sozinho, mas sempre associado ao termo “sinal”. Deus não manifesta o seu poder só para causar admiração, Ele sempre tem um propósito ou ensina alguma coisa com os seus milagres: “...dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições do Espírito Santo segundo a sua vontade”. (Hb 2.4). Exemplos de milagres são: a libertação sobrenatural da prisão (At 5.18-20;12.5-10; 16.23-30);a cegueira de Elimas, o mágico (At 13.8-12); o transporte instantâneo de Filipe de Gaza para Azoto (At 8.39,40); a ressurreição de Dorcas (At 9.36-42) e de Êutico (At 20.9-12); e o fato de Paulo ter removido do braço uma víbora venenosa sem ser mordido (At 28.3-5). A cura dos doentes e a expulsão de espíritos demoníacos podem ser classificados como dons de milagres quando o sinal tem grande valor, como por exemplo, no caso de Paulo em Éfeso, em que resultou uma enorme conquista de almas. “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas e os espíritos malignos se retiravam” (At 19.11,12); e no caso de Pedro em Jerusalém, quando só a sua sombra caindo sobre os enfermos já produzia cura (At 5.12-15).

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