sábado, 9 de julho de 2011

A MENSAGEM DO REINO DE DEUS – Lição 2

O diferencial do Reino de Deus caracteriza-se pela manifestação da Justiça “bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” Mt 5.6. Esta verdade produz um grande consolo em nossos corações, pois, todos os dias somos confrontados com as injustiças desse mundo, praticadas por pessoas arrogantes, avarentas, individualistas, as quais estão dispostas a praticar qualquer tipo de injustiça para alcançar os seus objetivos. Quem folga com a injustiça está agindo na contra-mão do Reino. Jesus sempre associa o Reino de Deus com a Justiça, Mt 6.33 “buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. A mensagem do Reino deve ser autenticada com a prática da justiça, esta e uma forma simples de nos auto-avaliarmos como cidadãos do Reino, pois, será o nossa empenho na prática da justiça que nos credencia para fazermos parte do Reino. Por outro quando alguém se acomoda ou até sente prazer diante da prática da injustiça, o tal que assim age está em desarmonia com a filosofia do Reino. Parece que ainda existe muita gente no contexto cristão que ainda não se apercebeu desse fundamento do Reino, pois, primam pelo discurso, pela liturgia, pelo marketing denominacional, e por uma série de coisas, porém, vivem promovendo injustiças em seus contextos, situações muito embaraçosas para os verdadeiros cidadãos do reino. Amor ao próximo no Novo Testamento significa ministrar à necessidade do próximo, que é todo homem atingido por aquilo que alguém faz ou deixar de fazer. O próximo pode ser defrontado como indivíduo e como membro das várias instituições. Em todos esses relacionamentos seu bem-estar e sua dignidade estão em jogo. A justiça social, à semelhança do amor, busca o bem-estar de todas as pessoas na comunidade. Ela visa, diretamente, ao bem do grupo e, indiretamente, ao bem de cada pessoa no grupo; e, desde que nossos relacionamentos com os semelhantes são necessariamente indiretos, a aneira mais efetiva de ministrar ao seu bem-estar total é mediante a luta pela justiça social.

Em suas conferências o teólogo Reinhold Niebuhr analisa a maneira em que os sistemas e princípios de justiça se tornam servos e instrumentos do amor à medida que alarga o sentido de obrigação para com o próximo, nos seguintes três casos. Em primeiro lugar, podem transformar a certeza de obrigação sentida de modo imediato, em presença de uma necessidade evidente, num sentimento permanente de obrigação expresso em princípios fixos de justiça social. A obrigação sentida de modo imediato, despertada pela emoção de piedade em presença de uma necessidade clara, tal como o encontro ocasional com a pobreza extrema, corre o risco de ser momentânea e passageira. Ela pode, às vezes, despertar bastante generosidade numa pessoal sensível, mas tal caridade e pobre substitutivo para o reconhecimento persistente das contínuas necessidades do pobre, quando a pessoa não é movida por esses “impulsos ociosos, momentâneos e caprichosos”. Em segundo lugar, sistemas e princípios de justiça podem ampliar a obrigação que se sente em relação ao próximo isolado, para abranger as relações complexas do Eu com um grupo de pessoas. Por exemplo, a norma de justiça transfere a obrigação que se sente de respeitar a integridade do membro da família de alguém, ou de um amigo, a todos os membros da comunidade humana em geral, independentemente de raça, nacionalidade ou classe. E,finalmente, os princípios de justiça ainda têm outra relação positiva com o amor, ao ampliar as obrigações discernidas pelo indivíduo isolado para incluir “as obrigações gerias que a comunidade define, segundo a linha de sua perspectiva mais imparcial”. Assim as regras e princípios de justiça servem, tanto para suplementar como para corrigir as maneiras de ver de cada agente quanto às necessidades dos seus semelhantes, sejam indivíduos ou grupos. Portanto, o princípio de justiça torna-se necessário, muitas vezes, como instrumento do amor nas relações que envolvem apenas dois indivíduos, para ajudar a pessoa a discernir com maior clareza e isenção de ânimo as verdadeiras necessidades do outro. O reconhecimento das exigências de justiça torna claro, por exemplo, que, mesmo em relação a um único semelhante, o amor não significa que alguém renuncie sempre aos próprios direitos e prerrogativas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário