quinta-feira, 28 de julho de 2011

O REINO DE DEUS ATRAVÉS DA IGREJA-Lição5

Por amor a sua criação Deus decidiu estabelecer o seu reino aqui nesse mundo e para isso Ele elaborou um projeto para se revelar gradativamente ao ser humano. No princípio do processo revelatório, Deus escolheu alguns homens e deles constitui uma nação para Senhor e reinar no meio dela, porém, através da história, os hebreus frustraram as expectativas de Deus. O Senhor enviou para os judeus o seu próprio Filho, o Senhor Jesus para implantar definitivamente o Reino de Deus a partir da nação de Israel, todavia, eles foram incrédulos e incompetentes para discernir o trabalhar de Deus no meio deles, e por isso, de uma forma prepotente viraram as costas para o “Rei da Glória”. João diz que Ele veio para o que era seu, porém, os seus não o receberam”. A rejeição do Judeus fez com que Deus os excluísse do reino e levantasse um outro povo para se constituírem nos novos cidadãos do Reino de Deus, e esse povo Ele denominou de “igreja” “ekklesia”,ou seja, aqueles que foram chamados para fora. Foi a rejeição dos judeus que provocou a morte vicária do Senhor Jesus, pela qual todos os demais homens da face da terra obtiveram a chance de fazer parte da igreja e se tornarem cidadãos do Reino.

O Reino de Deus refere-se à soberania de Deus sobre toda a criação. Este termo é usado apenas quatro vezes (12.28; 19.24; 21.31,43). Parece que,devido à relutância dos judeus em pronunciarem o nome sagrado de Deus, Mateus referiu usar o termo “Reino dos Céus”. Os estudiosos modernos estão de acordo que a palavra “reino”, no Antigo e Novo testamentos, significa o governo soberano de Deus. Deus é Rei, quer o homem reconheça ou não sua realeza. A soberania de Deus não depende de o homem aceitá-la. Deus é Rei, e ele prometeu um “reino que não fim” a “Um homem como o Filho do Homem” (Dn 7.13,14). O Reino é igualmente presente e futuro. É presente no sentido de que Deus é Rei agora. Aos que reconhecem Jesus Cristo como Rei, é dado o direito de entrarem no reino (Mt 5.3,10). Para os que rejeitam a soberania de Deus, o reino vem com juízo (Mt 18.23). O reino recebido um dom ou como uma herança; não pode ser adquirido (Mt 26.34). Contudo, o reino também impõe condições, ele exige tudo o que uma pessoa tem (Mt 13.44,45), completa dedicação a seus interesses (Mt 6.33), obediência à vontade do Rei (Mt 7.21) e a produto do fruto na (Mt 21.43). Aos pobres de espírito (Mt 5.3) e àqueles que têm a fé de uma criança (Mt 18.1-4), o reino confere suas bênçãos. Estar no reino significa estar dedicado a uma nova vida de serviço (Mt 20.20-28). Ele deve ser buscado no tempo presente (Mt 6.33). João e Jesus igualmente o proclamaram como estando próximo (MT 3.2; 4.17; 10.7). Jesus disse explicitamente que o reino Já e chegado (Mt 12.28), e o Cristo ressurreto tem toda autoridade (28.18).

UMA DOUTRINA ABRANGENTE SOBRE A IGREJA (JOHN STOTT)

Muita gente pensa na igreja como uma espécie de clube , um time de futebol ou coisa parecida. Só que, em vez de futebol ou outros interesses, seus membros vão lá por causa de Deus. São pessoas religiosas. Pagam suas subscrições, tendo, portanto, direito aos privilégios de membros do clube. Com essa visão das coisas esquecem a sutil afirmação de William Temple, de que “a igreja é única sociedade cooperativa que existe para o benefício de não-membros”. Em vez de modelo de “clube” precisamos resgatar aquilo que se poderia descrever como a “dupla identidade” da igreja. Por um lado ela é um povo “santo”, separado do mundo para pertencer a Deus. Por outro, porém, é composta de gente “mundana”, no sentido de que é enviada de volta ao mundo para testificar e servir. É isto que o Dr. Alec Vidler, seguindo a linha de Bonhoeffer, chama de “o santo mundanismo” da igreja. Raramente, no decorrer de sua longa e vigiada história, tem ela lembrado ou preservado sua dupla identidade. Algumas vezes, levada por uma correta ênfase na sua “santidade”, (isto é, sua imersão na vida do mundo), erradamente assimila padrões e valores do mundo, deixando-se contaminar por eles. Mesmo assim a igreja nunca poderá se engajar na missão, a não ser que preserve ambos os lados de sua identidade. A missão parte da doutrina bíblica que considera a igreja na sociedade. Uma eclesiologia desequilibrada produz uma missão igualmente desequilibrada. O próprio Jesus ensinou essas verdades, somente em sua famosa expressão “no mundo, mas não do mundo”, como também na vívida metáfora do sal e da luz. “Vós sois o sal da terra”, disse ele, acrescentando: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.13-16). Com isso ele implicava serem as duas comunidades (a nova e a velha, a igreja e o mundo) tão radicalmente diferentes uma da outra quanto a luz das trevas e o sal da podridão. Ele também queria dizer que, a fim de desempenhar a sua função positiva o sal tem penetrar na carne e a luz tem que brilhar na escuridão. Os cristãos, de igual forma, devem impregnar a sociedade não-cristã. Assim, sua dupla identidade e a dupla responsabilidade da igreja serão bem evidentes.

O renomado teólogo John Stott foi chamado para o descanso eterno, essa semana, louvamos ao Senhor pela sua vida e ministério, pois, o legado teológico que nos deixou é de valor inestimável. No texto acima John Stott, ou o tio joão, como era chamado carinhosamente pelos seus amigos, nos proporciona uma breve, porém, profunda reflexão sobre o papel da igreja no Reino de Deus. A igreja é constituída de pessoas que foram tiradas do mundo e transportadas para “o reino do filho do seu amor”, isto na dimensão do espírito, todavia fisicamente ela permanece no mundo para ministrar os valores do reino de Deus para esse mundo. Jesus imprimiu na igreja a sua própria identidade, conforme diz o apóstolo Paulo, Cristo vive em nós “Não vivo eu mas, Cristo vive em mim”. Por lado, individualmente os integrantes da igreja possuem em si elementos que os caracterizam como seres desse mundo, e isso faz com a igreja como agente do reino de Deus se apresente com uma dupla identidade uma “momentânea” e outra que prevalecerá por toda a eternidade. A percepção dessa realidade é de fundamental importância no trato da relação entre o “sagrado” e o “profano”. Muitos movimentos evangélicos fracassaram no projeto de fazer o reino de Deus conhecido entre os homens, porque compreenderam mal essa questão, ao estabelecerem uma dicotomia entre o profano e sagrado, criarem uma barreira impenetrável, a qual eliminou qualquer possibilidade de diálogo. A equivocada teologia de santidade que promove o a separação e distanciamento social deu lugar a um tipo de legalismo que pensa estar a serviço do reino, porém, está fechando as portas do reino de Deus para os homens. Essa dicotomia entre o profano e sagrado é contrária a postura do Senhor Jesus, os que assim agem, criaram patamares de santidade antagônicos aos propósitos do reino. Jesus não pregou um distanciamento dos homens devido a condição deles de pecadores, jamais deixou de ir ao encontro deles e nunca manifestou qualquer tipo de preconceito diante dessas vidas decadentes. Ao invés de se trancar num templo para orar, meditar ou coisa assim, na maior parte do seu ministério Jesus estava em busca das ovelhas perdidas, estava proclamando o reino. Jesus adentrava o profano com sagrado, e isto significava sempre levar a luz em meio as trevas, pois, ele fazia com que o profano fosse neutralizado pelo sagrado. Com a presença de Jesus o profano perdia todo o seu poder e na maioria das vezes os homens que se encontravam com Ele tiveram o profano transformado no sagrado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário