sábado, 10 de março de 2012

O QUE É TEOLOGIA SECULAR ?



Denomina-se Teologia Secular um movimento que foi evidenciado a partir da segunda metade do século XX, logo após o término da segunda guerra mundial. Os seus protagonistas foram teólogos americanos que estavam desencantados com o movimento liberal e também com a neo-ortodoxia. Na análise dos seculares, estes movimentos estavam ultrapassados, pois não tinham respostas eficazes para o homem de então, o qual tinha alcançado um grande progresso tecnológico, todavia, permanecia num abismo existencial, sendo incapaz de tratar com os principais problemas que envolvem a existência humana.
Foi exatamente este tipo de descrédito na religião de uma forma geral, que favoreceu o estabelecimento da chamada teologia secular, que adotava uma posição radical com relação aos principais pressupostos da fé cristã. Esta aversão ao cristianismo convencional estava diretamente relacionado com o contexto socio-político de então, pois, tanto os teólogos como a igreja, ficaram totalmente impotentes diante da Segunda Guerra Mundial e também nada proporcionaram a sociedade, no período pós guerra. Conforme o entendimento dos teólogos da teologia secular.
A Teologia Secular proclama uma associação com o mundo; se opõe ao comportamento da religião tradicional, que pregava a separação do mesmo. Embora não tendo a intenção de fazê-lo, Dietrich Bonhoeffer é considerado o principal precursor das idéias que fundamentam este movimento.
O termo secularismo evoca a autonomia do homem em relação ao transcendental. Caracteriza-se por um rompimento total e definitivo com todos os tipos manifestações religiosas, ou até mesmo a terminologia cristã que invoque o fato religioso.
“A palavra secularizar tem vários sentidos comuns. No sentido mais elementar, indica um processo mediante o qual as coisas , as pessoas, ou as instituições são separadas do uso religioso ou da influência espiritual. Há um uso histórico do termo, em que se conotava a transferência de imóveis ou recursos econômicos do uso ou controle eclesiástico para o uso e posse civil. Assim ocorreu, por exemplo, quando Henrique VIII “secularizou” as terras eclesiásticas ao separá-las das igrejas abadias, mosteiros, e de outras instituições religiosas e transferiu a posse de tais terras a governantes civis ou cidadãos particulares. Napoleão fez coisa semelhante no caso de boa parte das terras possuídas por instituições religiosas na Europa central. Um uso mais especializado do termo é aquele que descreve a mudança da categoria de um clérigo de “regular” ( ou seja pertencendo a uma ordem com regula, ou regra) para um sacerdote comum ou “secular”, não obrigado por votos monásticos ou outros.
            Será percebido que a secularização, ou a edificação de teologias seculares, subtende a separação radical da teologia da sua reocupação histórica com as coisas sagradas. Além disto, naturalmente, envolve uma reformulação da teologia em termos despidos de dimensões transcendentes ou concepções sobrenaturais. Para tanto, é necessário um procedimento duplo. Em primeiro lugar, há o despojar estruturado do sobrenaturalismo cristão histórico, tirando suas qualidades essenciais; e, em segundo lugar, há a edificação de um padrão de premissas teológicas baseadas  exclusivamente em preocupações e considerações deste mundo”.[1]


[1] Stanley Gundry. Teologia Contemporânea. pg 114

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